Ando às voltas para voltar a escrever, aqui ou em qualquer lado, há meses (anos?, talvez), em 2016 habituei-me a fazer journaling como parte da minha terapia, nesse ano até fiz um workshop de escrita criativa para sentir que escrevia qualquer coisa de jeito*, e realmente habituei-me a escrever diariamente, só tinha conseguido manter a mesma consistência uns anos antes quando passava por um período de luto de uma relação e lhe escrevia cartas.
E agora quero voltar, mas fico parada em um loop infinito de desculpas: qual o melhor horário, começo amanhã, é melhor escrever de manhã, é melhor escrever à noite, é melhor escrever à mão, é melhor escrever… já entenderam, e aqui estou eu, a escrever hoje, amanhã já sabem, logo se vê.
A minha cabeça faz conversas sem fim, coisas que gostava de deixar registadas, outras que sei que se desabafar me vão libertar de pensamentos repetitivos que me deixam ansiosa e irritada, mas a procrastinação é real e quando finalmente me decido batalhar contra, abro a folha e nada, nadinha, não sei o que escrever, por onde começar, onde está o pensamento sobre o qual já tinha escrito um longo texto na minha cabeça, foi-se e agora? Perdeu-se no éter, quem sabe amanhã me lembro de alguma coisa, ou se este texto ficará para sempre orfão.
*se quiserem saber: funcionou para ganhar técnicas de escrita e escrever de forma mais fluída, escrever melhor ou qualquer coisa de jeito vai muito além do que o workshop prometia.