Há meses que chegam sem avisar que serão um ponto de viragem. Fevereiro trouxe essa sensação—um convite quase inevitável a parar, olhar para tudo o que estava desalinhado e perceber que já não havia espaço para continuar em piloto automático.
Senti a urgência de reorganizar não só as finanças, mas também os meus hábitos, a forma como ocupo o meu tempo e a energia que dedico às coisas. Fevereiro foi um mês de cortes e reavaliações, de perceber o que realmente me acrescenta e o que só ocupa espaço. Cancelei subscrições, redefini orçamentos, fechei algumas pendências. Fiz planos mais realistas para os próximos meses, não só para garantir mais estabilidade financeira, mas também emocional.
E, no meio disto, percebi algo curioso: sempre que me sinto desorganizada por fora, há um reflexo interno disso. O caos digital, as despesas descontroladas, os pequenos gastos impulsivos, as pendências adiadas—tudo isto reflete um cansaço maior, uma tentativa de compensar algo. Mas a verdade é que o equilíbrio nunca vem da acumulação, mas sim da simplificação.
Meta principal do ano
Focar-me nas tarefas que defini como importantes para alcançar os meus maiores objectivos, e objectivos de longo prazo.
Das três tarefas que defini para fevereiro, finalizei duas, mas a preparação completa das 10 sessões da formação de março ficou pendente. No entanto, tenho a primeira concluída e uma base bem estruturada no GPT, o que me deixa motivada para continuar.
Março vai exigir mais energia de mim em questões laborais, por isso finalizar estas apresentações não é sequer negociável, quero no entanto deixar aqui fixado que o quero continuar a fazer de forma preparada e não em súbitas urgências porque tem mesmo que ser. Para além disto apenas, começar a organizar as minhas fotos do Google Photos.
Saúde
Ser consistente com a mentoria da Lia, e todos os dias beber copo de água ao acordar e fazer os 10m de exposição solar.
Pois, foi onde mais falhei em fevereiro, a água já começa a estar implementada na rotina, mas a exposição solar ainda não. As manhãs continuam apressadas, e muitas vezes acabo por ir direta para a secretária. O plano de redução do antidepressivo foi abortado e regressei à dosagem de Dezembro—uma decisão difícil, mas necessária. Se tudo correr como esperado, em Abril voltarei a tentar.
Nesta área quero apenas respeitar os meus tempos e ser mais tolerante sem me pressionar demasiado para chegar ao final da formação sem pirar.
Finanças
gastei o meu fundo de emergência e isso leva-me a que tenha que ser mais focada este ano nesta área
Fiz quase tudo que tinha definido aqui, agora aguardo respostas do Crédito Habitação para definir o resto do plano, mas pedi propostas, escolhi 1, revi seguros e voltei a publicar consistentemente na Vinted. Para Março é manter o plano e continuar no caminho.
Conforto e Bem-estar
Fevereiro foi um mês de pouca energia, sem grandes planos, mas, como já é hábito, li coisas boas. O primeiro a terminar foi Oração para Desaparecer, de Socorro Acioli—gostei bastante. Depois veio Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, que inspirou o filme de mesmo nome. Gostei, mas não amei. Sendo uma memória, cumpre o seu propósito.
No meu objetivo de ler mais não ficção, terminei Aprender a Comer e o livro de poesia Vim Sem Tempo. Custou, mas quero manter este hábito para reduzir o tempo gasto em coisas que não me trazem grande valor. Mas Março não será o mês para forçar leituras—já disse que só quero sobreviver?
Março surge agora como um mês de consolidação. Depois da tempestade de decisões, chega a necessidade de encontrar um ritmo sustentável. Quero continuar este processo sem rigidez, sem pressa, mas com intenção. Que seja um mês de equilíbrio e de aceitação do que é possível fazer, sem cobranças desnecessárias.